quarta-feira, 18 de junho de 2008

O que é consumismo?



Consumismo é o ato de comprar produtos e/ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.
A explicação da compulsão pelo consumo talvez possa se amparar em bases históricas. O mundo nunca mais foi o mesmo após a Revolução Industrial. A industrialização agilizou o processo de fabricação, o que não era possível durante o período artesanal. A indústria trouxe o desenvolvimento, num modelo de economia liberal, que hoje leva ao consumismo alienado de produtos industrializados. Além disso, trouxe também várias conseqüências negativas por não se ter preocupado com o meio ambiente. Felizmente, hoje, há pensamentos diferentes sobre este tema, que fizeram surgir novas profissões como, por exemplo, a de Eco-design.

Origens do Consumismo


O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir a indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa alto estima, a perturbação emocional e outros.

Consequências do consumismo


Hoje o mundo já sofre com as mazelas, as moléstias do consumismo, das compras impensadas e não sustentável. Isso vem exaurindo os recursos naturais, em especial as matérias-primas e a energia. Estamos caminhando para um colapso ambiental e prova disso são as mudanças climáticas que vem ocorrendo no Planeta Terra. Além de conseqüências ruins ao consumista que são processos de alienação, exploração no trabalho, a multiplicação de supérfluos (que contribuem para o processo de degradação das relações sociais e entre sociedades) e a oneomania (que é um distúrbio caracterizado pela compulsão de gastar dinheiro que é mais comum nas mulheres tomando uma proporção de quatro por um), o meio ambiente também sofre com este “mal do século”, pois o aumento desenfreado do consumo incentiva o desperdício e a grande quantidade de lixo.
Veja o vídeo abaixo e comprove.

Você é um consumidor consciente ou um consumista?

Esse artigo vem para tentar abrir um debate e criar a reflexão sobre seus atos de consumo. Primeiramente é necessário diferenciar o consumo do consumismo.
O consumo é necessário para sobrevivermos, ou você vive sem se alimentar, sem se vestir, sem se deslocar? Claro que não! Agora consumismo está associado a exagero, a supérfluo, ao perdulário. Pode pensar como exemplo de consumismo o padrão ocidental, em especial o estadunidense, mesmo sem precisar de nada!

Os 5 mandamentos do consumismo

Os cinco mandamentos da era do consumo são:
1º) Adorar o mercado sobre todas as coisas. Tudo se vende ou se troca: objetos, cargos públicos, influências, idéias etc. Em economias arcaicas, ainda presentes em regiões da América Latina, a partilha dos bens materiais e simbólicos assegurava a sobrevivência humana. Agora, ao valor de uso se sobrepõe o valor de troca. É preferível deixar apodrecer alimentos cujos preços exigidos pelos produtores deixam de oferecer a mesma margem de lucro. Segundo o mercado, tombam os seres humanos, mas seguram-se os preços.
2º) Não profanar a moeda, desestabilizando-a. Dizem que outrora povos indígenas sacrificavam vidas humanas para aplacar a ira dos deuses. Abominável? Nem tanto. O ritual prossegue; mudaram-se apenas os métodos.
Em 1985, o Nacional, um dos maiores bancos brasileiros, começou a naufragar. Durante dez anos, graças a operações fraudulentas, o Nacional conseguiu sacar bilhões de dólares do Banco Central. Em outubro de 1995, o governo FHC criou, por decreto, o Proer - um programa de socorro a bancos em dificuldades. Na ocasião, um único banco foi favorecido: o Nacional, com o equivalente a US$ 6 bilhões.
3º) Não pecar contra a globalização. Graças às novas tecnologias de comunicação, o mundo se transformou numa pequena aldeia. De fato, o Planeta ficou pequeno frente às imensuráveis ambições das corporações transnacionais. Por que investir na proteção do meio ambiente se isso não aumenta o valor das ações na Bolsa?
4º) Cobiçar os bens estatais e públicos em defesa da privatização. Se não é o bem comum o valor prioritário, e sim o lucro, privatize-se tudo: saúde, educação, rodovias, praias, florestas etc. Privatizar é afunilar a pirâmide da desigualdade social. Os lucros são apropriados por uma minoria, e os prejuízos - o desemprego e a miséria - socializados. Menos serviços públicos, maior a parcela da população excluída do acesso aos serviços pagos.
Antes do leilão da Usiminas, uma das maiores siderúrgicas brasileiras, a Nippon subscrevera 14% do capital da empresa. Quando houve aumento do capital da Usiminas, a Nippon não se interessou, o que reduziu sua participação acionária para 4,8%. Iniciado o processo de privatização, as ações da Usiminas valorizaram e a empresa japonesa obteve o privilégio de resgatar sua participação originária pagando US$ 39,79 por cada lote de 1.000 ações - quando, na Bolsa, a cotação já atingira US$ 523,90. A Nippon obteve lucro de 1.340%.
O patrimônio da Usiminas valia US$ 12 bilhões. Foi vendida por US$ 1,65 bilhão. E ninguém foi parar na cadeia por este assalto ao patrimônio nacional. Do que se arrecadou com o leilão da Usiminas, 73,3% foram pagos com "moedas podres" e 26,4% em Certificados de Privatização. Papéis coloridos. Em dinheiro sonante entraram apenas R$ 4,69 mil, metade do preço de um carro "popular", sem ágio.
5º) Prestar culto aos sagrados objetos de consumo. Percorremos aceleradamente o trajeto que conduz da esbeltez física à ostentação pública de celulares, da casa de veraneio ao carro importado, fazendo de conta que nada temos a ver com a dívida social.
Expostos à má qualidade dessa mídia eletrônica que nos oferta felicidade em frascos de perfume e refrigerante, alegria em maços de cigarro e enlatados, já não há espaço para a poesia nem tempo para curtir a infância. Perdemos a capacidade de sonhar sem ganhar em troca senão o vazio, a perplexidade, a perda de identidade.
Em doses químicas, a felicidade nos parece mais viável que percorrer o desafiante caminho da educação da subjetividade. Mercantilizam-se relações conjugais e de parentesco e amizade. Nesse jogo, como nos filmes americanos, quem não for esperto e despudoradamente cruel, morre.
Só há esperança para quem acredita que o dilúvio neoliberal não é capaz de inundar todos os sonhos e ousa navegar, ainda que soprem fraco os ventos, nas asas da solidariedade aos excluídos, da luta por justiça, do cultivo da ética, da defesa dos direitos humanos e da busca incansável de um mundo sem fronteiras também entre abastados e oprimidos. Mas isso é outra história, que exige muita fé e certa dose de coragem.
A propósito: o contrário da soberba é a humildade; da inveja, o despojamento; da ira, a tolerância; da preguiça, o compromisso; da avareza, a partilha; da gula, a sobriedade; da luxúria, o amor.

A influência do marketing


O consumismo é fortemente induzido pelo marketing que consegue atingir a fragilidade íntima das pessoas e este é um dos motivos pelos quais o sexo feminino é mais propenso à compulsão. Para a psicanálise, o marketing interfere na diferenciação do que se deve ou não comprar, tornando assim as pessoas incessantemente descontentes buscando nas compras algo que as conforte. Essa compulsão leva as pessoas a desprezarem seus valores e sua situação financeira e as mantêm em estado de fascínio e até de hipnose. Muitas pessoas destroem seu casamento ou outro tipo de relação e ainda se colocam em difíceis situações devido às más condições financeiras provocadas por tal compulsão. É importante lembrar que nem todas as pessoas que consomem muitos supérfluos são consumistas. Pessoas com bom poder aquisitivo que não sacrificam suas vidas para ir às compras não são necessariamente consumistas compulsivas.

MEIO AMBIENTE X CONSUMISMO: QUAL A SUA POSTURA?


A sociedade consumista foi fundada a partir da revolução industrial.
A economia capitalista é um buraco sem fundo, quanto mais consumirmos, mais temos que consumir, pois toda a estrutura da economia capitalista é baseada no eterno “desenvolvimento sustentável”, contraditório por si só. Evidente que esse comportamento não é natural, nós não nascemos consumistas doentios. E, esse consumo desenfreado, além de graves diferenças sociais, causa montanhas de lixo, que ainda não sabemos o que fazer com elas.
Para atender às chamadas “nossas necessidades”, as indústrias que não têm medidas, investem cada vez mais em tecnologia e muitas delas praticam os mais variados tipos de exploração: infantil, baixo salários, condições de trabalhos aviltantes, exploração e degradação dos animais. Com o aumento descontrolado do consumo, os recursos naturais vão se escasseando e como conseqüência acontece a total degradação ambiental.
Mas o que é o consumismo? Poderíamos dizer, de maneira simplista, que é tudo aquilo que você compra sem necessidade, só para atender apelos das propagandas, mostrar status.
E o que é degradação ambiental? É a mudança (destruição) do meio ambiente através das nossas atividades. xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
A degradação atinge toda a biodiversidade, principalmente em áreas de alta densidade demográfica. E uma das principais responsáveis por essa degradação são as imensas montanhas de lixo provocadas pelo consumismo.
Existem outros fatores responsáveis pela degradação ambiental como, o crescimento da população, a falta de saneamento, os métodos usados na agricultura moderna, falta de esclarecimento e educação da maioria das pessoas. Mudar nosso comportamento em relação ao consumo é fundamental e só através da Educação teremos alguma chance de salvar nossa casa, nosso planeta.
Devemos começar a partir de pequenas mudanças, e a pratica dos 4Rs (repensar, reduzir, reutilizar e reciclar) do consumo consciente já seria um bom começo. Ensinar nossos jovens e crianças a prática dos 4Rs. Faça um cartaz bem grande e cole na parede da cozinha, por exemplo, todos de sua família devem participar.
A CARTA DA TERRA, diz muito bem que chegou o momento de mudarmos:
“A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais.”
Os 4R do consumo consciente:
Repensar
Refletir sobre os seus atos de consumo, buscando que seu comportamento e atitudes de consumo contribuam para a construção de um mundo melhor.

Reduzir
Consumir apenas o necessário e evitar a geração de lixo é o mais importante. Recusar sacolas e sacos plásticos, evitar embalagens desnecessárias e uso de produtos descartáveis é um bom começo.
Reutilizar
Aumentar a vida útil dos produtos e materiais também evita a geração de lixo. Escolher produtos com maior durabilidade e evitar o desperdício de recursos, por exemplo, usando os dois lados do papel, vale a pena.
Reciclar
Não misturar os materiais recicláveis (papéis limpos, vidros, plásticos, metais) com o lixo comum e encaminhá-los para reciclagem é fundamental. Apóie programas de coleta seletiva e cooperativas de catadores.
A Mudança começa com Você!

Consumo, logo existo.


Consumo, logo existo. Pode até parecer um exagero esta afirmação, mas mesmo quem não possui renda precisa consumir. O indigente ou o pedinte consomem, mesmo não possuindo renda.O prato de comida, a noite no albergue ou qualquer outro donativo, somente foi possível porque houve produção e alguém resolveu contribuir com os menos
favorecidos e transferiu parte de sua renda para esse fim. Afinal de contas, não existe almoço de graça.
O consumo representa uma satisfação, pois é a realização de uma necessidade. Estas necessidades são, cada vez mais, oriundas da evolução da civilização e passam a integrar o rol das necessidades de quem vive nesta civilização. São necessidades como automóveis, celulares, aulas de línguas e mais uma infinidade de outras que surgiram e surgirão criando assim novas expectativas de consumo para as pessoas desta civilização. A sociedade capitalista associa o consumo à superioridade, ou seja, quanto maior o poder de consumo maior a superioridade da pessoa ou, melhor ainda, o status desta pessoa na sociedade.
Como então não frustrar as vontades, as necessidades de milhões de consumidores em potencial, ávidos por participarem desta civilização demonstrando o seu poder de consumo e, portanto o seu status, a sua superioridade? Para resolver este dilema e possibilitar que o sistema capitalista sobreviva com a produção em massa, a intermediação financeira ocupou este papel. Os bancos captam recursos de quem deseja “guardar” as sobras de seu orçamento e “intermedia”, ou seja, faz chegar a quem deseja satisfazer sua necessidade de consumo imediatamente. O custo de se consumir antes de se ter recursos para isso são os juros pagos aos poupadores e, é claro, a parte dos bancos: o chamado spread. Esta vontade ou mesmo esta necessidade de consumir imediatamente faz com que seja tão difícil para as pessoas, mesmo as mais disciplinadas, conseguir poupar. Abdicar de um consumo imediato representa um dos maiores entraves à formação de fundos para aposentadoria no Brasil e em outros países como os Estados Unidos. Mas mesmo que o plano não seja tão ambicioso como um fundo para aposentadoria (que envolve dezenas de anos), seja talvez comprar uma nova geladeira ou um aparelho de DVD, a dificuldade de se poupar por alguns meses é muito penosa. Quando poupamos, recebemos os juros que pagaríamos comprando algo financiado (em menor escala, é claro) e na compra da
geladeira à vista, podemos ainda pleitear um desconto pela nossa paciência em controlar nosso impulso para o consumo imediato.
A oportunidade de consumirmos comprando à vista aparece agora com o 13º salário. Novamente o impulso consumista vem e nos sugere que devemos comprar à prazo e utilizarmos o 13º para as compras extras de natal, ou ainda mais grave fazemos as compras de natal para somente “começar” a pagar com o 13º .O resultado é que ficaremos endividados por boa parte do ano seguinte e já em janeiro vem o IPVA, as matrículas nas escolas, o material escolar, anuidade dos conselhos profissionais e é claro aquela prestaçãozinha que veio junto com as compras de natal. O que parece mesmo, em janeiro, é que estamos com uma tremenda ressaca consumista que infelizmente nos conduz ao outro “amigo” de encontro: o cheque especial.
A questão não é abandonar o consumo ou abdicar dos confortos da sociedade atual, mas controlar impulsos. A grande lucratividade dos bancos está centrada na transferência de renda. Esta renda tem basicamente duas fontes: do governo endividado e do consumo das pessoas. Realmente os bancos cobram juros absurdos e têm lucros enormes , que por sinal, fazemos questão de aumentar. Quando antecipamos o consumo, antes de termos gerado renda para este consumo, estamos abrindo mão do suor do nosso trabalho para o mercado financeiro.
O argumento da poupança parece simples, mas é preciso muito mais estudo do comportamento humano para convencer as pessoas a adiar o consumo do que imaginamos.
Afinal de contas, como já foi dito: consumir é existir.

CONSUMO CIDADÃO- ENTREVISTA


CONSUMO CIDADÃO
Natal é a época fértil do consumismo. Para o pedagogo e responsável pela Casa Vida, a resposta para combater esse hábito cultural pode estar na cidadania."É preciso contrabalançar consumo e cidadania"O Padre Júlio Lancellotti é um exemplo de compromisso social. Além de desenvolver trabalhos ligados a questões emergenciais como o da Casa Vida, entidade que já tem dez anos e abriga, atualmente, 34 crianças e jovens com vírus HIV, ele também é um dos grandes incentivadores de políticas públicas no cenário nacional.Formado em pedagogia, o padre Júlio responde, ainda, pela coordenação do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente da Pastoral do Menor, em São Paulo, instituição voltada ao público infanto-juvenil em situação de rua.
Em entrevista à Consumidor S.A., ele aponta as causas e as conseqüências do consumismo desenfreado e como essa realidade pode ser mudada, a partir da conscientização e da busca por um consumo mais responsável.
Consumidor S.A.– A mensagem do Natal foi distorcida em todo o mundo. Nesta época, as pessoas apenas se preocupam em consumir. O que provocou isso?
Padre Júlio Lancellotti– Para entender o motivo, talvez seja necessário rever a origem do ato de se presentear e, depois, como isso foi deturpado. O Natal pode ser visto como um presente de Deus para a humanidade. Também se trabalhou muito o significado do presente que os três reis magos levaram ao menino Jesus, o que, na verdade, é mais uma descrição teológica do que material. Em alguns países, sobretudo na Europa, as pessoas se presenteiam no Dia de Reis e não no Natal, por exemplo. Mas o fator determinante partiu de uma necessidade do mercado de encontrar datas onde o estoque de produtos possa ser escoado. É uma tendência quase de sobrevivência do consumo e até da própria sociedade. Se o consumo não for gerado, a produção tende a cair enquanto o desemprego corre o risco de aumentar. Acho importante enfatizar, contudo, que isso não acontece por maldade (das pessoas) e sim por culpa do sistema.
Consumidor S.A.– As pessoas não são responsáveis também?
Padre Júlio– Eu não jogaria a culpa nos consumidores. Afinal, todos são massacrados no Natal. É comum o pensamento: “como vou ser um bom pai, uma boa mãe, se eu não der presentes para os meus filhos neste Natal”? O complicado é combater isso, pois gera um conflito tremendo.
Consumidor S.A.– Como é possível mudar esse quadro?
Padre Júlio– Acredito que a saída é a educação. A sociedade organizada pode contribuir, ajudando na conscientização e na capacitação da população, a fim de que todos adquiram uma atitude mais crítica de consumo, mais responsável, mais solidária. Já a melhor maneira de ensinar é pela cidadania. Isso acontece quando você batalha para que as pessoas tenham seus direitos respeitados, condições de vida dignas e políticas públicas. Assim, estaremos trabalhando contra esse mercado de consumo, que acaba sendo seletivo, desigual, cultural e frustrador. Estaremos lutando contra essa cultura que passou a ser o coração das relações humanas. Não deixa de ser um trabalho difícil, principalmente por causa da mídia.
Consumidor S.A.– E a propaganda, qual o seu papel na indução ao consumo?
Padre Júlio– Os mundos de mercado e da propaganda são grandes incentivadores do consumo desenfreado. Mas o mais cruel é que o marketing é democrático. O apelo ao consumo atinge a todos, sejam pobres ou ricos. As grifes não fazem propagandas diferenciadas. Isso gera a frustração, que é a mãe da violência.
Consumidor S.A.– Este é o caso da maioria dos jovens internos na Fundação do Bem Estar do Menor (Febem)? Uma estatística da entidade mostrou que 62% dos jovens infratores entram na Febem por roubo, isto é, por causa do consumismo
Padre Júlio– Sim, o índice de furto na instituição é bastante alto. Os jovens roubam para manter a questão da dependência química, mas também para comprar um tênis ou uma roupa de marca. Para ter alguma identidade, ou se encaixarem em determinado meio social, muitas vezes são obrigados a comprar não o produto, mas sua grife. Isso é terrível porque cria uma massificação que, numa data como o Natal, acaba significando a época de ter algumas coisas, de comprar. Não é mais a época de encontro entre as pessoas, de celebração da vida que se renova. As pessoas apenas se preocupam com o que vão vestir, o que vão comer...
Consumidor S.A.– Como o consumidor pode ter uma atitude de consumo responsável, seja no Natal ou em qualquer outra época do ano?
Padre Júlio– Para qualquer momento, as pessoas só devem consumir aquilo que é necessário. Hoje, já existem outras dicas: não consumir produtos que explorem, em sua cadeia de produção, o trabalho infantil. Para isso, o consumidor pode verificar se o produto tem o selo da Abrinq “Empresa Amiga da Criança”. Além disso, ele pode optar pelos produtos ecológicos que visam a preservação do meio-ambiente. Na verdade, antes de sermos consumidores, devemos nos observar como pessoas. Geralmente, comprar compulsivamente pode ser uma maneira de encobertar uma espécie de frustração, de resolver problemas emocionais. Mas não adianta tentar melhorar a auto-estima comprando, o único jeito é buscar nossas necessidades básicas de afeto, de amor, de respeito e de dignidade. Mas o principal é contrabalançar consumo com cidadania.
Consumidor S.A.– Como o sr. aconselharia um pai que deseja educar seu filho para um consumo responsável?
Padre Júlio– Na missa ou no batismo, eu sempre enfatizo a questão da partilha para a solidariedade, usando a metáfora do pão repartido. Eu costumo dizer às crianças: “o pão repartido tem gosto de amor”. Também acho que os pais não podem dar tudo o que seus filhos quiserem, mas tudo a que eles têm direito, isto é, serem amados e respeitados. Os filhos não podem ser um saco de consumo, onde você vai jogando tudo lá dentro. É claro que não há como educar sem confronto, sem crise. Ainda mais porque a mentalidade consumista vem junto com a nossa certidão de nascimento.

20 DICAS PARA UM CONSUMO RESPONSÁVEL NO DIA-A-DIA

20 DICAS PARA UM CONSUMO RESPONSÁVEL NO DIA-A-DIA
1. Repensar o consumo e o modo de vida – consumir menos e melhor

2. Reutilizar, recuperar e reciclar roupa, os móveis, a tecnologia… tudo!

3. Consumir e oferecer presentes do Comércio Justo.

4. Aprender a decifrar rótulos: conhecer ingredientes e indagar origens dos produtos

5. Questionar as lojas e empresas sobre a origem e o modo de produção do que vendem

6. Fazer voluntariado e participar em campanhas sociais e laborais

7. Comprar preferencialmente em cooperativas e comércio local

8. Preferir alimentos biológicos, de produção local e com pouca embalagem

9. Usar transportes públicos, bicicleta ou andar a pé

10. Poupar luz, usar lâmpadas de economia e pilhas recarregáveis

11. Moderar o aquecimento, comprar electrodomésticos eficientes e energia

12. Poupar água na higiene, nas máquinas de lavar, no trabalho e nos jardins

13. Diminuir o uso de químicos e detergentes, escolher produtos ecológicos

14. Não verter pilhas, medicamentos e substâncias perigosas no lixo doméstico

15. Exigir dos fabricantes a reparação, a reciclagem e o repensar dos equipamentos

16. Reivindicar e proteger as áreas verdes, públicas e privadas

17. Estender todas as boas práticas ao seu trabalho e empresa

18. Fazê-lo também nas suas férias e viagens

19. Estabelecer prioridades: comece por algum lado, não esgote a sua energia

20. E apreciar o que o dinheiro não compra

Teste: Você é consumista?


Comprar ou não comprar, eis a questão? Muitos jovens consumidores quando provam uma roupa bacana ou se deparam com aquele souvenir que, há meses, estão sonhando e desejando acabam esquecendo de se fazer esta pergunta e cedem à fraqueza e ao prazer momentâneo da compra por impulso. Tudo bem, este é um comportamento perdoável, afinal de contas, que mortal nunca caiu em tentação e fez uma comprinha sem pensar em suas conseqüências? No entanto, fique atento! O grande problema é deixar que este pequeno deslize se torne um hábito e leve suas finanças para além da linha vermelha.Responda ao teste abaixo e descubra se você tem tendência a manter um comportamento consumista:
Assinale com que freqüência as situações abaixo acontecem com você. Ao final, some 4 pontos para cada resposta "sempre", 3 para "frequentemente", 2 para "raramente" e 1 para "nunca".
1. Ao sair para fazer compras, você retorna com presentes adicionais para outras pessoas?Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
2. Você costuma fazer compras para se sentir melhor quando está deprimido, com raiva ou com medo?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
3. Você diria que comprar está entre suas diversões?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
4. Você compra coisas que nunca usa?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
5. Você pensa excessivamente em quanto gastou nas suas compras?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
6. Você se sente culpado após uma sessão de compras?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
7. Ao sair para suas compras, você faz (e cumpre) uma lista do que vai comprar?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
8. Ir ao shopping é uma alternativa de lazer para você?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
9. Você esconde das outras pessoas o que comprou ou quanto custou?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
10. Você se percebe buscando desculpas para dar aos outros sobre suas compras?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
11. Você sente, ao mesmo tempo, euforia e ansiedade quando faz compras?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
12. As pessoas costumam chamar você de "pão-duro"?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
13. Você sente desconforto quando alguém com quem você está compra mais do que você?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
14. Fazer compras para você é algo como um ato proibido e desejado?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
15. Você compra alguns itens no cartão que não compraria em dinheiro?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
16. Quando sai sem seu cartão de crédito, você se sente perdido?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
17. Seus hábitos de compra têm colocado você em apuros?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
18. Fazer compras para você é algo como uma aventura?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
19. Você gasta muito tempo fazendo contas e equilibrando seus gastos?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
20. Quando pensa em tirar férias e viajar, você procura um lugar onde haja boas lojas e boas compras?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
21. Você atinge o limite de seu cartão de crédito ou utiliza boa parte de seu cheque especial?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
22. Você recebe mala direta de diversos tipos de lojas, produtos, liquidações?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
23. Os vendedores costumam conhecer você pelo nome?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
24. Você costuma esquecer que comprou um produto e comprá-lo de novo?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
25. Você fica entediado fazendo compras?
Sempre
Freqüentemente
Raramente
Nunca
RESULTADO
25 a 35 ? Ou você é pão-duro ou muito controlado. Muitas vezes, deixa de comprar mesmo aquilo que está precisando porque não se sente bem gastando dinheiro em qualquer situação. O radicalismo nunca é saudável. Analise se está valendo a pena passar certas privações para economizar mais dinheiro no fim do mês.
36 a 50 ? Você mantém o consumo sob controle Um consumidor como você encontra-se no ponto de equilíbrio: gasta com aquilo que precisa e, na maioria das vezes, consegue perceber com antecedência quando uma compra vai ser feita por puro impulso.
De 51 a 61 pontos ? Olho vivo: você já demonstra sinais de consumismo Provavelmente, você já se assustou ao ver no armário uma roupa que nem se lembrava de ter comprado. O impulso passa quase despercebido, mas os seus efeitos podem começar a lhe trazer problemas financeiros. Está na hora de começar a pensar duas vezes antes de cada compra.
62 a 73 pontos ? Cuidado: você é claramente um consumidor compulsivo Pare e pense: quantas vezes este ano você já entrou em um shopping e saiu com duas vezes mais compras do que tinha planejado? Refletir melhor antes de entrar na loja pode não ser suficiente. Procure estabelecer um teto de gastos mensais ? e não o ultrapasse nem sob tortura.
74 a 84 pontos ? Você pode representar uma ameaça para suas finanças O seu consumismo está próximo de trazer (ou já trouxe) um saldo vermelho para sua conta bancária. Cheque especial e cartão de crédito são instrumentos usados sem controle no seu dia-a-dia. Se for preciso, elimine-os de vista, e saia para as compras só com o dinheiro necessário para os gastos planejados.
85 a 100 pontos ? Procure um psicólogo para conversar sobre o problema O descontrole nas compras não é só efeito do bombardeio publicitário em nosso cotidiano. Você pode estar tentando suprir carências afetivas ou resolver outros problemas psicológicos por meio das compras ? e isso provavelmente não está funcionando.